Numa quarta-feira de cinzas com tão pouco clima de jogo que
ao chegar perto da Ilha eu pensei que tinha errado o dia da partida, o Sport reserva
fez uma partida “normal” contra o Náutico, pelo Campeonato Pernambucano. Digo isso porque não há como considerar que foi uma
boa exibição. O time não criou bem e individualmente jogadores (os zagueiros,
Rodrigo, Marquinhos e André) que poderiam sair fortalecidos para brigar por
titularidade tiveram atuações de fracas à apagadas. Também não considero nenhum
desastre, de forma alguma. Empatar (jogo foi 1x1) com uma das principais equipes do
campeonato, equipe da Série B do Brasileiro, com time reserva e cheio de
garotos não é mau resultado.
Nessa situação (time reserva) pouco vale analisar a atuação
coletiva. Então vamos de jogador por jogador.
Agenor: Nota 7,5. Esteve bem nos momentos decisivos. Fez
duas ótimas defesas. Se atrapalhou um pouco em dois lances que não deram em
nada, no 1º tempo. Sai com saldo positivo da partida.
Raul Prata: Nota 7. Mais uma vez mostrou qualidades. Sempre
que encarou o marcador levou vantagem. Por conseguir cruzar com as duas pernas
fica mais difícil de marcar seu passe (inclusive cruzou de esquerda no lance do
gol). Poderia ter feito mais se Marquinhos tivesse mais intenso no jogo e/ou se
Lenis não tivesse se machucado. Acumulou mais alguns pontinhos no elenco.
Matheus Ferraz e Henríquez: Nota 5,5. Não fizeram nada para
se destacar. Não se ajudaram a colocar mais dúvidas na titularidade de Durval.
Caio: Nota 6. Garoto demais, não se pode cobrar o que ele
ainda não pode render. Não conseguiu quase chegar ao ataque, marcou dentro da
normalidade. Não comprometeu, o que para um garoto de 17 anos em 90 minutos já
é válido.
Fabrício: Nota 6. Em alguns momentos foi o volante que esteve
melhor em campo, tentando tocar a bola para frente. Garoto, que foi escalado em
cima da hora, teve atuação “suficiente”.
Rodrigo: Nota 5,5. Fez menos do que deveria. Pois hoje ainda
está longe de colocar a titularidade de Ronaldo em cheque. Poderia ter
aproveitado melhor a chance de jogar 90 minutos.
Neto: Nota 6,5. Não conseguiu armar o time, principalmente
no começo da partida. Mas não deve levar essa culpa, ou pelo menos a maior
parte dela. O desentrosamento da equipe e a falta de ação dos pontas
(Marquinhos e Paulo Henrique) prejudicou mais. Fez o gol e calou um pouco a
boca de parte, irresponsável, da torcida que pegava no seu pé desde o início da
partida.
Marquinhos: Nota 4. Não fez nada. Jogou sem nenhuma
intensidade, sem “querer” brigar por vaga no time titular. Além de não
construir no ataque, não fecha bem na recomposição. Tem saído menor das chances
no time alternativo.
André: Nota 5. Muito prejudicado pela falta de
criação/entrosamento da equipe. Tentou em algumas bolas, inclusive voltando
para buscar, mas não conseguiu produzir. O terceiro pênalti perdido em
sequência o coloca em situação bem difícil com ele mesmo e com a torcida. André
sabe bater pênalti. Foi muitíssimo bem em 2015 como o batedor oficial e não
desaprendeu. Todo mundo fala que ele treina sempre, e bem, para bater. Lógico
que causa indignação a sequência de percas, mas quem quer o bem do Sport tem
que ter calma. O jogo não valia nada, André não perdeu porque quis, não vamos
queimar o cara.
Paulo Henrique: Nota 5,5. Tenta muito, mas não deve ser
colocado para jogar em condições “normais” (sem ser em situação de abafa) com
outro centroavante. É trombador, não tem as características para construir
jogadas, não conseguiu ir ao fundo.
Lenis: Nota 6,5. Entrou com uma intensidade muito maior do
que Marquinhos, e isso foi fundamental no lance do gol do Sport. Se esforçou
também em alguns lances defensivos. Tem sido um jogador muito mais ligado em
2017. Parece que estava no banco sem chuteiras, demorou um pouco para sair do
banco quando foi chamado e entrou direto (no lugar de Marquinhos, que saiu
contundido), sem aquecer. Talvez, isso tenha contribuído para ter tido um
problema que acabou depois o tirando da partida.
Fábio: Nota 6,5. Entrou na vaga de Paulo Henrique, mas não
no “lugar”, pois foi colocado para jogar lá na direita. Vem bem no ano, e
entrou mais uma vez com lucidez e muita vontade. Esse é um dos que tem ganho
mais “pontos” dos atuais reservas.
Juninho: Nota 6,0. Entrou quando Lenis teve que sair. Foi
colocado para jogar no meio, mais centralizado. Começou logo segurando uma bola
demais, tentando um quinto(!) drible, e com isso deixando todo mundo na bronca.
Depois que soltou mais a bola conseguiu ajudar. Inclusive no lance do pênalti. Mostra
qualidades, mas tem que entender que o jogo é coletivo. Também não ajudou na
recomposição como deveria.
Torcida: Gostaria de saber o quê a turma espera de um time reserva e cheio de garotos. Boa parte mostra menos paciência com esse time alternativo do que com o time titular, o que não faz sentido. É lógico que são jogadores com nível técnico menor e jogando em um time muito mais desentrosado, então não é natural esperar uma grande exibição. Sempre penso que minha atitude durante o jogo deve ser a que eu entenda que mais pode ajudar meu time, mas parece que muita gente não liga para isso.
Torcida: Gostaria de saber o quê a turma espera de um time reserva e cheio de garotos. Boa parte mostra menos paciência com esse time alternativo do que com o time titular, o que não faz sentido. É lógico que são jogadores com nível técnico menor e jogando em um time muito mais desentrosado, então não é natural esperar uma grande exibição. Sempre penso que minha atitude durante o jogo deve ser a que eu entenda que mais pode ajudar meu time, mas parece que muita gente não liga para isso.